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A História da Moda, por - David di Vittório.
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O Conceito de Moda surgiu na Itália.
Pois é fashions. A Moda não começou na França, mas sim na Itália, onde ela estava intimamente associada com o surgimento das cidades e com a classe média em ascensão, a chamada burguesia. Paris ainda não era uma cidade muito importante. Milão, Florença e Veneza eram politicamente independentes, econômica e culturalmente avançadas e prósperas.
O conceito de moda apareceu propriamente no final da Idade Média (século XIV), por volta de 1340-1350, como reflexo dos pensamentos renascentistas, oriundos do Humanismo. Gilles Lipovetsky afirma em “O Império do Efêmero” que dois grandes movimentos foram determinantes para o surgimento da moda: o processo de imitação e distinção e a segregação das peças entre masculino e feminino.
Mas por que na Itália Fashions?
Porque todas as mercadorias vindas do Oriente passavam, necessariamente, pelas cidades litorâneas na Península Italiana. Eram a primeira parada para quem entrava na Europa pelo Mar Mediterrâneo. Tais atividades econômicas favoreceram o desenvolvimento social e cultural das cidades. Os mecenas patrocinaram diversos artistas Renascentistas e todas as atividades artísticas ou artesanais começaram a ser valorizadas e aperfeiçoadas.
Os novos ricos (burgueses) incomodavam-se profundamente com a diferenciação entre eles e os nobres. Eram tão – ou mais ricos -, pagavam impostos abusivos e não tinham a mesma notoriedade que a nobreza. Uma forma de fugir dessa condição foi ostentar artes e copiar o modo de se vestir dos nobres, nascendo, assim, o primeiro ciclo de moda, no qual os burgueses copiavam o modo de se vestir dos nobres, e estes por sua vez buscavam formas de distinguir-se daquela classe indesejada.
Fashions Mas, por que Paris levou a fama?
Primeiro porque Luis XIV, o Rei Sol, inventou o luxo, não apenas exclusivo aos nobres, mas como objeto de consumo. Ele criou o culto e valorização das perucas, o uso do sapato de salto, o culto a champanhe, a valorização dos diamantes, o primeiro jornal de moda, os chefs de cozinha, as coleções por estação, as boutiques de moda.
Segundo, a França industrializou o conceito de luxo através da criação da Alta Costura, um termo registrado de origem parisiense e patrimônio cultural.
Só produz Alta Costura as maisons vinculadas a Câmara Sindical de Alta Costura, que estabelece regras como: pelo menos 15 funcionários fixos que se dediquem apenas ao oficio; apresentar duas coleções por ano com no mínimo 35 modelos cada uma; peças inteiramente feitas a mão; um mesmo vestido terá no máximo duas clientes, sempre de continentes diferentes.
Em terceiro lugar, a França também aperfeiçoou o pronto-para-vestir (o ready-to-wear). Durante a 2º Guerra Mundial os EUA ficaram isolados das tendências vindas da França e Inglaterra. Viram-se sozinhos e obrigados a empregar seus próprios recursos e talentos, porém, desde o final de depressão norte-americana, de 1929, vinham adotando em suas indústrias o conceito de design, resultando em produtos, sobretudo às peças do vestuário, cada vez mais adequados a produção em massa. Em uma visita aos EUA, o empresariado frances se fascina pelo processo e, em 1948, nasce na França o prêt-à-porter. Com o benefício da Alta Costura para subsidiar diretamente as criações industriais.
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Fashions a história demonstra claramente que, na verdade, foi o Estado quem esforçou-se sempre em controlar a moda, a fim de controlar a individualidade. No século XIV, na Itália, hoje referência na moda, leis sumptuárias regulavam as vestimentas, determinando o que cada classe poderia utilizar como pano e cor como disse no texto a cima. Em Milão, por exemplo, uma dessas leis proibia que vendedores usassem roupas de seda, e camponeses de adornarem-se com metais como ouro ou prata também. À mesma época, solteiras, viúvas e mulheres casadas tinham que seguir determinado traje, e prostitutas, em Pádua, por exemplo, deveriam usar capuz vermelho.
A Revolução Industrial e a invenção de uma máquina de fiar de simples operação permitiu, entretanto, que camponeses e artesãos revolucionassem os meios de produção, iniciando-se assim uma transgressão das regras sumptuárias, visto que não parecia mais possível o controle da produção de vestimentas. Infelizmente, anos depois o capitalismo ainda não parecia ser aceito por muitos que tinham o controle da produção, e em 1831 uma fábrica de máquinas de costura – a primeira máquina moderna – foi queimada por costureiros parisienses por considerarem estas concorrentes muito perigosas.
Foi apenas em 1856, nos Estados Unidos, que surgiu a primeira máquina de costura na sua forma mais moderna, vendida por Isaac Singer em um sistema de vendas de prestações, que permitiu fácil acesso da mesma em todo o mundo. Com a liberdade para que todas as classes pudessem confeccionar em casa as suas roupas, criou-se, então, a possibilidade de todos expressarem individualidade.
Fashions a moda se popularizou com o barateamento da produção, devido à tecnologia empregada, e hoje está ao alcance de todos. A moda não é mais única, é influenciada por diversas manifestações, criada como um leque, horizontalmente, não mais de cima para baixo. Os grupos influenciam, criam, e modificam a moda constantemente. A moda é anárquica.
Ao vestirmo-nos estamos expressando toda a nossa individualidade, estamos propositalmente escondendo o que não gostamos, mostrando o que gostamos. Ressaltamos o nosso melhor. A moda fortalece o ego e exalta o indivíduo. Por este motivo, pela exaltação do eu, por ser filha de uma sociedade aberta, que a moda sofreu sanções em numerosos períodos históricos.
Isso se verificou na extinta União Soviética, por exemplo, que contava com “casas de moda” estatais, que produziam artigos conforme as regras ditadas pelo comando comunista. Por óbvio, o que havia eram roupas de corte reto, com pouca cor, sem possibilidade de expressão da população – o que não podemos chamar de moda.
O mesmo ocorreu na Alemanha Oriental, porém, muitos contavam com a possibilidade de costurar suas próprias roupas quando gozavam de tecidos. Dessa forma, muitos jovens passaram a protestar contra o regime através da moda, e assim a arte da costura passou a ser tradição no âmbito familiar.
Hoje ainda encontramos tais impedimentos à individualidade em países fechados, como, por exemplo, a Coreia do Norte. De acordo com as regras impostas, fica proibido saias curtas, calça jeans e roupas com palavras em inglês. Além das vestimentas, em 2005, o país declarou guerra aos homens de cabelo comprido, obrigando-os a adotar cortes de no máximo cinco centímetros de comprimento, alegando que o cabelo atrapalharia a atividade cerebral. A sociedade fechada inibiu as qualidades únicas de cada ser, fez deste um não pensante.
A sociedade que a moda vigora é a aberta, é aquela que explora – positivamente – a individualidade, que permite a criatividade, exalta o ser. A moda nesse tipo de sociedade não segue ordem, passou a não ser mais controlada, a ser anárquica e livre.
Isso é moda Fashions.